sexta-feira, 21 de abril de 2017

Filhos crescendo, filhos crescidos...


Hoje, estou um pouco saudosa do meu filho Rafael. Ele foi para a casa da namorada passar "uns dias" por lá. Senti que foi um pouco diferente das outras vezes. Levou uma verdadeira mudança. Fez até supermercado. Acho saudáveis e necessários estes ensaios. Como ondas, vão e voltam. Vão e voltam. Vão e voltam... Às vezes serenos, outras vezes, nem tanto. Até que chegará o dia de ir e assumir definitivamente o desejo de ficar, não mais voltar e começar uma nova vida. Filhos crescendo, filhos crescidos... Daqui a pouco será a  Rebeca. Esta, eu acho, fará voos mais longos. Pensa em estudar fora ao concluir a faculdade. Falta pouco. Gabriel, nosso caçula, provavelmente nos acompanhará por mais alguns anos, mas também, com os seus quatorze anos, já tem seus amigos, seus gostos e afazeres. E assim, aos poucos, a casa vai ficando silenciosa, mas um silêncio que não dói, pois existe um pedaço de cada filho em cada lugar e a certeza de suas presenças em nossas vidas. De repente, volto ao tempo, vinte e cinco ou trinta anos atrás, e recordo os muitos dias em que ao chegar do trabalho e abrir a porta, encontrava a casa do mesmo jeito que a tinha deixado, exatamente igual. Ninguém para mexer, nada fora do lugar, a casa sempre impecável... Prefiro minha casa hoje, meio bagunçada, livros espalhados, cheia de barulho, risos e vidas que circulam. Sem esquecer dos três gatos. Ah, gatos! kkkkkk E assim, mais um ciclo de minha vida vai se fechando para dar espaço a desafios e novas descobertas. Novos sonhos vão chegando, ocupando espaços, tomando forma e dando um novo sentido à vida. O importante é saber valorizar cada fase, vivê-la intensamente e não permitir que ninguém, ninguém mesmo, roube a sua alegria e vontade de viver. Escolher ser faliz, sempre e apesar de...  Esta sempre foi e continuará sendo a minha melhor escolha. 

sábado, 4 de março de 2017

Palmada, NÃO!



Pais seguros não precisam usar este recurso. A necessidade de limite é indiscutível, mas existem outras formas de exercer a autoridade sem precisar bater numa criança. O limite é estruturante. O amor, o diálogo e o carinho também são. Bater deixa marcas, não só no corpo, mas, e principalmente, na alma e na vida. Você que apanhou de seus pais pode achar que saiu ileso. Sorte sua. Infelizmente, muitas crianças saem da infância com marcas profundas e carregam com elas estas marcas para sempre. Muitos pais, com a autorização da sociedade, acabam descarregando seus traumas e o estresse do dia a dia em seus filhos, com um total descontrole de suas emoções e de sua força física, com a justificativa da "palmada educativa", chegando mesmo a machucar a criança. Neste momento, não existe ninguém capaz de medir e avaliar a raiva, a força e o descontrole desses pais. Ninguém para defender ou socorrer os pequenos do abuso que muitos pais cometem. Muitas crianças chegam aos hospitais carregando marcas e ferimentos sofridos dentro de suas próprias casas. E o lar que deveria ser o lugar mais seguro e os pais que deveriam ser os maiores defensores de seus filhos passam a ser, em alguns casos, seus verdadeiros algozes, usando a autoridade paterna para justificar atitudes insanas. Ninguém poderá testemunhar e garantir o que acontece verdadeiramente, dentro de quatro paredes, entre um adulto e uma criança. Muitas crianças se calam por medo, mas dão sinais claros de pedidos de socorro. Cabe à sociedade compreender estes sinais, fazer esta leitura e oferecer à criança a ajuda que ela precisa para que possa crescer feliz e em segurança, sem esquecer que os limites, quando bem colocados, fazem parte desse processo.

sábado, 7 de julho de 2012

LIMITE: o "abraço" que está faltando.




O limite geralmente está associado a algo negativo, ao castigo, algo que tolhe e ameaça a criança. No entanto, precisamos mudar a nossa forma de olhar esse conceito e aprender a conviver melhor e sem culpa com a noção de limite. O limite, na verdade, serve para proteger a criança de seu próprio descontrole. A criança muitas vezes não é capaz de sozinha dar conta de seus impulsos e confia aos pais ou responsáveis essa delicada tarefa. Vamos pensar no  limite como aquilo que abraça, acolhe e defende a criança do que ela ainda não é capaz de enfrentar, dos perigos do seu mundo interno e externo. Sem esse "abraço", vem a sensação de insegurança e desamparo, o que pode ser interpretado mais tarde, na adolescência, como falta de amor, interesse e até mesmo como uma forma de abandono.

BIRRA: "Eu quero porque quero!"




Com o passar dos primeiros anos, a criança vai ganhando autonomia e descobrindo que também possui desejos e vontades. Assim, começa a testar o poder dos pais e a reação do mundo a seu redor. Nessa fase, algumas crianças costumam reagir de forma agressiva e inadequada quando contrariadas, expondo, muitas vezes, os pais a situações delicadas e embaraçosas. É o que chamamos de birra. A birra é a dificuldade de aceitar um limite, de lidar com a frustração. A criança nessa fase ainda não tem maturidade para conseguir o que quer de uma maneira mais adequada. Os pais ao atenderem ao desejo da criança a partir de um comportamento de birra acabam reforçando as próximas crises. O melhor meio de desarmar a birra é NÃO atender a nada que for solicitado pela criança através dessa estratégia. Nós, adultos, precisamos ser firmes e constantes, conversando com a criança, permitindo assim que ela descubra novas formas de expressar seus desejos, necessidades e emoções.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Filhos do coração.






No início, é apenas um desejo, embrião de um sonho... A ideia de ter um filho vai chegando devagarzinho, tomando espaço em nossos corações. Aos poucos, a sementinha lançada vai germinando, crescendo e tomando conta de nós.  Até que chega a hora de tomarmos a decisão, talvez a maior e mais séria decisão de nossas vidas: "ter ou não ter..." Quando decidimos ter um filho, todas as outras coisas parecem ficar pequeninas. O pensamento de gerar uma nova vida nos invade e vai ganhando forças até chegar o grande momento: "Pronto! Está decidido! Vamos ter um filho." A partir daí  começamos a  sonhar e construir  muitos planos enquanto esperamos ansiosamente a confirmação da maravilhosa notícia: Positivo. Você está grávida! Só que nem sempre a história é assim. Muitos casais sofrem muito por esta espera que parece não chegar nunca... Até que um dia percebemos que não precisamos desistir do nosso sonho. É possível, sim, ser pai ou mãe. Existem outros caminhos e outras formas de "gerar" uma vida. O caminho pode ser mais longo, mais difícil, mas não está fechado desde que o objetivo maior seja realmente um filho. É importante, de uma vez por todas, desvincular a adoção da ideia de caridade. Adotar uma criança não garante o "céu" e não dá o direito a recompensas e aplausos pela "boa ação" praticada. Adotar é fazer uma escolha responsável, é decidir ser pai ou mãe independente da nossa capacidade de conceber, gestar e parir. Muitas pessoas tomam esta decisão mesmo tendo todas as condições e possibilidades de engravidar. Adotar não é atestado de infertilidade ou esterilidade. Adotar é, antes de tudo, o despojamento de preconceitos, medos e inseguranças. Assim como em toda gravidez, é necessária uma preparação para receber o filho que vai chegar. Na adoção, a "gestação" não tem tempo certo para acabar. "Engravidamos", simplesmente. Não sabemos por quantas semanas, por quantos meses ou por quantos anos... Esperamos um filho que pode chegar a qualquer momento. E nesta espera, corremos o risco de prepararmos o enxoval e engavetá-lo várias vezes. Alarme falso! Ainda não foi dessa vez! Até que um belo dia chega o nosso tão desejado bebê, normalmente quando menos esperamos. É hora então de correr, arrumar o quartinho, comprar o que ainda falta, avisar aos familiares e amigos, marcar o pediatra, desmarcar todos os compromissos e, o mais importante, preparar o coração. Podem faltar as fraldas, as mamadeiras, a cortina do quarto... mas nunca o afeto. E haja coração! A emoção de receber uma criança em nossas vidas não se compara a nenhuma outra. É o milagre da vida que nos foi entregue, o dom maior em nossas mãos. Não importa como isso aconteceu, mas aconteceu. E ali está aquele bebê ou aquela criança à nossa espera, confiando no nosso amor. E ficamos ali, em estado de êxtase, admirando aquele pequeno ser, sem sabermos muito bem por onde começar, mas  o importante é não temer, confiar e saber que amor não vai faltar.


E assim começa uma nova história...


sábado, 19 de maio de 2012

Fingir que não vê, não resolve o problema.




18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

O abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes é um assunto polêmico, delicado e doloroso principalmente para aqueles que viveram esta experiência em suas próprias vidas ou como pais, na vida de seus filhos. Os pais ou responsáveis precisam estar muito atentos às mudanças bruscas no comportamento das crianças. A criança e o adolescente nos sinalizam de várias maneiras que estão precisando de socorro. Podemos aqui citar alguns indicadores comportamentais em crianças que podem estar sofrendo abuso sexual:
  • Culpa e autoflagelação.
  • Medo ou pânico de certa pessoa ou quando é deixado sozinho em algum lugar com alguém.
  • Medo de escuro ou de lugares fechados.
  • Regressão a comportamentos infantis, como choro excessivo sem causa aparente, enurese (xixi na cama) e chupar dedos.
  • Mudanças extremas, súbitas e inexplicáveis no humor.
  • Ansiedade generalizada, comportamento tenso e sempre em estado de alerta.
Porém, precisamos ter um cuidado especial ao avaliarmos esta situação. Nem toda alteração no comportamento do seu filho significa que ele está sofrendo abuso ou sendo vítima de exploração sexual. É necessário, antes de tudo, conhecermos bem a criança, estarmos sempre atentos, assim poderemos reconhecer e interpretar mais claramente o que ela quer nos dizer através destes sinais. Normalmente, o agressor é uma pessoa próxima, que tem a confiança da criança e da família e, muitas vezes, está dentro da nossa própria casa. Através de brincadeiras e jogos de sedução atrai a atenção da criança e, aos poucos, sem usar da violência física, convence a vítima a fazer o que ele quer. Depois, utiliza-se de ameaças e chantagens para conseguir o silêncio de sua "presa". As crianças amedrontadas e tomadas por um enorme sentimento de culpa temem falar aos pais e guardam este doloroso segredo com medo de serem castigadas. Ao desconfiarem que algo de errado está acontecendo com seu filho, os pais precisam inicialmente dar garantia à criança de que ela não sofrerá nenhum tipo de punição ao contar a verdade. É importante que o agressor seja identificado e denunciado o mais rápido possível para evitar novos casos de abuso. As crianças também precisam ser orientadas, mesmo ainda pequenas. Odívia Barros, 33 anos, lançou no ano passado "Segredo Segredíssimo", o primeiro livro infantil no Brasil a abordar a questão da pedofilia, causando muita polêmica. Com este livro, a autora pretende desmistificar o tabu de tratar do assunto ainda na tenra idade. Segundo ela, é importante que orientemos as crianças já a partir dos cinco anos, "ou os abusadores continuarão chegando primeiro".



"Fingir que não vê, não resolve o problema".    
DENUNCIE. DISQUE 100.




Alimentação: a "guerra" nossa de cada dia.





Em muitas casas, o horário das refeições se transforma numa "guerra" com choros, ameaças e muitas discussões. As dificuldades começam ainda no desmame ou na retirada da mamadeira. As mães ficam muito ansiosas, temerosas de que seus filhos não consigam se alimentar bem e suprir suas necessidades nutricionais. Essa transição,como todas as outras mudanças importantes na vida de uma criança, deve ser feita de forma gradativa. O momento mais indicado é quando a criança já é capaz de experimentar e apreciar novos alimentos. Precisamos incentivá-la a comer sozinha desde cedo, mesmo que no início aconteçam pequenos "acidentes" como derramar a comida ou o suco. Quanto mais variado e colorido o cardápio, mais atraente se tornará para a criança, criando assim mais opções. Muitos pais criam uma grande expectativa em torno do momento da alimentação, associando recompensas ou punições ao comportamento alimentar do filho. O mais indicado é oferecer, além de uma alimentação saudável, um ambiente tranquilo, deixando a criança mais à vontade e sem tantas cobranças. Assim, esse momento tão importante passará a fazer parte da rotina,  podendo ser vivido de forma natural e prazerosa por toda a família.

Bom apetite!