quinta-feira, 24 de maio de 2012

Filhos do coração.






No início, é apenas um desejo, embrião de um sonho... A ideia de ter um filho vai chegando devagarzinho, tomando espaço em nossos corações. Aos poucos, a sementinha lançada vai germinando, crescendo e tomando conta de nós.  Até que chega a hora de tomarmos a decisão, talvez a maior e mais séria decisão de nossas vidas: "ter ou não ter..." Quando decidimos ter um filho, todas as outras coisas parecem ficar pequeninas. O pensamento de gerar uma nova vida nos invade e vai ganhando forças até chegar o grande momento: "Pronto! Está decidido! Vamos ter um filho." A partir daí  começamos a  sonhar e construir  muitos planos enquanto esperamos ansiosamente a confirmação da maravilhosa notícia: Positivo. Você está grávida! Só que nem sempre a história é assim. Muitos casais sofrem muito por esta espera que parece não chegar nunca... Até que um dia percebemos que não precisamos desistir do nosso sonho. É possível, sim, ser pai ou mãe. Existem outros caminhos e outras formas de "gerar" uma vida. O caminho pode ser mais longo, mais difícil, mas não está fechado desde que o objetivo maior seja realmente um filho. É importante, de uma vez por todas, desvincular a adoção da ideia de caridade. Adotar uma criança não garante o "céu" e não dá o direito a recompensas e aplausos pela "boa ação" praticada. Adotar é fazer uma escolha responsável, é decidir ser pai ou mãe independente da nossa capacidade de conceber, gestar e parir. Muitas pessoas tomam esta decisão mesmo tendo todas as condições e possibilidades de engravidar. Adotar não é atestado de infertilidade ou esterilidade. Adotar é, antes de tudo, o despojamento de preconceitos, medos e inseguranças. Assim como em toda gravidez, é necessária uma preparação para receber o filho que vai chegar. Na adoção, a "gestação" não tem tempo certo para acabar. "Engravidamos", simplesmente. Não sabemos por quantas semanas, por quantos meses ou por quantos anos... Esperamos um filho que pode chegar a qualquer momento. E nesta espera, corremos o risco de prepararmos o enxoval e engavetá-lo várias vezes. Alarme falso! Ainda não foi dessa vez! Até que um belo dia chega o nosso tão desejado bebê, normalmente quando menos esperamos. É hora então de correr, arrumar o quartinho, comprar o que ainda falta, avisar aos familiares e amigos, marcar o pediatra, desmarcar todos os compromissos e, o mais importante, preparar o coração. Podem faltar as fraldas, as mamadeiras, a cortina do quarto... mas nunca o afeto. E haja coração! A emoção de receber uma criança em nossas vidas não se compara a nenhuma outra. É o milagre da vida que nos foi entregue, o dom maior em nossas mãos. Não importa como isso aconteceu, mas aconteceu. E ali está aquele bebê ou aquela criança à nossa espera, confiando no nosso amor. E ficamos ali, em estado de êxtase, admirando aquele pequeno ser, sem sabermos muito bem por onde começar, mas  o importante é não temer, confiar e saber que amor não vai faltar.


E assim começa uma nova história...


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