No
início, é apenas um desejo, embrião de um sonho... A ideia de ter um filho vai
chegando devagarzinho, tomando espaço em nossos corações. Aos poucos, a
sementinha lançada vai germinando, crescendo e tomando conta de nós. Até
que chega a hora de tomarmos a decisão, talvez a maior e mais séria decisão de
nossas vidas: "ter ou não ter..." Quando decidimos ter um filho,
todas as outras coisas parecem ficar pequeninas. O pensamento de gerar
uma nova vida nos invade e vai ganhando forças até chegar o
grande momento: "Pronto! Está decidido! Vamos ter um filho." A partir
daí começamos a sonhar e construir muitos planos
enquanto esperamos ansiosamente a confirmação da maravilhosa notícia: Positivo. Você está grávida! Só que nem sempre a história é assim. Muitos casais sofrem
muito por esta espera que parece não chegar nunca... Até que um dia percebemos
que não precisamos desistir do nosso sonho. É possível, sim, ser pai ou mãe.
Existem outros caminhos e outras formas de "gerar" uma vida. O
caminho pode ser mais longo, mais difícil, mas não está fechado desde que o
objetivo maior seja realmente um filho. É importante, de uma vez por todas,
desvincular a adoção da ideia de caridade. Adotar uma criança não garante o
"céu" e não dá o direito a recompensas e aplausos pela "boa
ação" praticada. Adotar é fazer uma escolha responsável, é decidir ser pai
ou mãe independente da nossa capacidade de conceber, gestar e parir. Muitas
pessoas tomam esta decisão mesmo tendo todas as condições e possibilidades de
engravidar. Adotar não é atestado de infertilidade ou esterilidade. Adotar é,
antes de tudo, o despojamento de preconceitos, medos e inseguranças. Assim como em toda gravidez, é necessária uma preparação para receber o filho que vai chegar.
Na adoção, a "gestação" não tem tempo certo para acabar.
"Engravidamos", simplesmente. Não sabemos por quantas semanas, por
quantos meses ou por quantos anos... Esperamos um filho que pode chegar a
qualquer momento. E nesta espera, corremos o risco de prepararmos o enxoval e
engavetá-lo várias vezes. Alarme falso! Ainda não foi dessa vez! Até que um
belo dia chega o nosso tão desejado bebê, normalmente
quando menos esperamos. É hora então de correr, arrumar o quartinho, comprar o
que ainda falta, avisar aos familiares e amigos, marcar o pediatra, desmarcar
todos os compromissos e, o mais importante, preparar o coração. Podem faltar as
fraldas, as mamadeiras, a cortina do quarto... mas nunca o afeto. E haja
coração! A emoção de receber uma criança em nossas vidas não se compara a nenhuma
outra. É o milagre da vida que nos foi entregue, o dom maior em nossas mãos.
Não importa como isso aconteceu, mas aconteceu. E ali está aquele bebê ou
aquela criança à nossa espera, confiando no nosso amor. E ficamos ali, em
estado de êxtase, admirando aquele pequeno ser, sem sabermos muito bem por onde
começar, mas o importante é não temer, confiar e saber que amor não vai faltar.
E assim começa uma nova história...
E assim começa uma nova história...